Artigos Relacionados

ENEM: o que é comodificado é mercadoria




Política

ESCRITO POR ROBERTO LEHER   

TERÇA, 06 DE OUTUBRO DE 2009


O ramo de negócios educacionais tem na avaliação estandardizada um dos seus principais filões. Não foi por outro motivo que, quando as corporações educacionais dos países hegemônicos reivindicaram na OMC a liberalização da educação, incluíram a abertura dos editais de avaliação padronizada à concorrência internacional[1].

A avaliação do ensino médio por meio do ENEM está inscrita na mercantilização da esfera educativa e as recentes fraudes no Exame, denunciadas pelo O Estado de São Paulo e, com mais detalhes, por outros jornais, estão intimamente associadas a essa comodificação: a avaliação foi deslocada da esfera educativa para a do dinheiro. E esse movimento tem conseqüências.

Embora os Estados não possam tolerar determinadas ilegalidades, como é o caso óbvio da venda de provas (não resta dúvida de que para o MEC isso foi um desastre), a busca de lucros com amercadoria avaliação inevitavelmente deixa brechas, pois, no circuito mercantil, as fronteiras entre o lícito e o ilícito são muito porosas e fluidas.

serviço terceirizado de avaliação para ingresso na universidade (ENEM) tem origem nas empresas nutridas pela política de vestibulares da ditadura empresarial-militar, como é o caso, no Rio de Janeiro, da Fundação Cesgranrio. Como parte da concorrência pelo lucro, fundações de direito privado nascidas nas universidades públicas entraram no negócio. Os recentes acontecimentos envolvendo as fundações privadas na UnB, UFSP e pelo alentado relatório do TCU[2] atestam que, nelas, os negócios ilícitos não são uma rara excepcionalidade.

Cabe indagar: qual a legitimidade desses consórcios e empresas que se engalfinham por dinheiro para avaliar o conjunto da juventude que concluiu o ensino médio e que almeja prosseguir seus estudos? Nesse ambiente mercantil, muito provavelmente surgirão outros problemas no futuro, colocando o caráter público das universidades em jogo. São dezenas de milhões de Reais, concorrências duras, alianças e cisões entre grupos que operam essa capitalizada máquina de venda de serviços de avaliação.

O que mais surpreendente nas contradições do processo de comodificação da avaliação é que as próprias instituições públicas assimilaram que a avaliação é um serviço a ser subcontratado. A autonomia didático-científica da universidade, assegurada pela Constituição, é tornada letra morta. É como se a experiência de luta das universidades públicas contra o vestibular unificado não tivesse ensinado que a avaliação é parte indissociável da autonomia universitária.

Não é fato que o vestibular das públicas é estritamente conteudista e o ENEM é uma prova que privilegia o "raciocínio". Há muitos anos a UFRJ vem aperfeiçoando seus exames, combinando a imprescindível aferição do conhecimento científico, tecnológico, artístico e cultural com a apropriação da linguagem e com a capacidade operatória de aplicar o conhecimento na análise de problemas. A rigor, afirmar que na ciência, na arte e na cultura é possível raciocinar sem conceitos é um absurdo epistemológico.

O vestibular é um instrumento de seleção que somente tem sentido porque o direito à educação não é assegurado pelo Estado. O vestibular atual sequer assegura as vagas daqueles estudantes que foram aprovados nas provas (gerando os chamados excedentes que, em 1968, impulsionaram a rebeldia estudantil e que o vestibular unificado veio fazer desaparecer!). Contudo, a seleção feita pelas próprias universidades, em âmbito estadual, tem o mérito de poder ampliar as interações das escolas de ensino básico com a universidade em cada estado, buscando maior congruência entre a universidade e as escolas, por meio de desejáveis articulações educacionais com a rede pública da educação básica.

As ditas provas de "raciocínio" do ENEM, a pretexto da democratização, vêm promovendo um rebaixamento da agenda de estudos que terá conseqüências muito negativas para a educação básica. É uma quimera afirmar que um exame rebaixado e nacional abre a universidade pública aos setores populares. Como o exame é classificatório, não importa se o último ingressante teve nota 5, 6 ou 9. Este é um sistema que beneficia o mercado privado de educação: os estudantes que não lograram serem classificados nas públicas não terão outra alternativa que a de buscar uma instituição privada. E o MEC, reconhecendo a dita eficiência privada no fornecimento damercadoria educação, prontamente se disponibiliza a repassar recursos públicos para incentivar as privadas a atender ao crescimento da demanda.

Ao contrário da publicidade oficial, o ENEM privilegia os estudantes de maior renda. Um estudante paulista que, apesar de elevada nota, não ingressou na faculdade de medicina da USP (dada a concorrência), poderá, com os seus pontos, freqüentar o mesmo curso em uma universidade pública em outro estado, desde que tenha recursos. A mobilidade estudantil pretendida somente favorece os que possuem renda para se deslocar, uma vez que as universidades não dispõem de moradias estudantis e políticas de assistência estudantil compatível com as necessidades.



O atual desmonte do ENEM pode ensejar um debate mais amplo e profundo sobre as formas de ingresso na universidade que permita a superação progressiva do vestibular. Experiências de ingresso a partir de políticas públicas de educação nas escolas públicas, considerando a situação econômica dos estudantes, podem ser um viés fecundo, um caminho para que a universalização do direito à educação seja de fato uma universalização em que caibam todos os rostos.

Notas:

[1] No Documento S⁄CSS⁄W⁄23, de 18 de dezembro de 2000, dirigido ao Conselho de Comércio de Serviços da OMC, os EUA apresentam uma proposta relativa aos serviços de ensino superior, ensino de adultos e de capacitação com o objetivo de "liberalizar a comercialização deste importante setor da economia mundial removendo obstáculos que se opõem à transmissão desses serviços além das fronteiras nacionais por meios eletrônicos ou materiais ou o estabelecimento e exploração de instalações para proporcionar serviços a estudantes em seu país ou no estrangeiro".

[2] Tribunal de Contas da União, Acórdão 2731/ 2008.

Roberto Leher é professor da Faculdade de Educação da UFRJ




Novo Vestibular ou nova cortina de fumaça?



Angela Siqueira 17/05/2009 - 00:46

O atual governo, que está no final do seu segundo mandato anunciou com muita divulgação nos jornais e na TV, neste mês de abril, que iria acabar com os vestibulares nas universidades federais, substituindo-o por um ENEM modificado
As universidades, que geralmente em maio tem que definir as vagas que vão oferecer e começar a preparar seus processos seletivos (vestibular, reingresso, transferência, mudança de curso), souberam pelos jornais que deveriam dar uma resposta sobre a adesão ao novo ENEM até o dia 30 do mesmo mês. Uma das afirmativas do governo é que essa mudança tornaria o acesso às universidades um processo mais democrático, permitindo maior inclusão social e mobilidade estudantil, exemplificando com o teste aplicado nos Estados Unidos, conhecido por sua sigla, SAT (Scholastic Aptitud Test).
Por fim, para conseguir a adesão dos administradores das IFES a tal processo seletivo externo, o ministro Fernando Haddad promoteu repassar recursos para as mesmas, a fim de ressarcí-las da perda de recursos que arrecadam com a realização desses concursos, que por conta da falta de verbas, acabou virando uma fonte de renda (não carimbada) das referidas instituições.
O modelo existente, o vestibular, é bem questionado, mas ele deve ser entendido como decorrente de uma política pública que durante muitos anos primou pela contenção da expansão da rede pública e de grande incentivo à expansão da rede privada. Com a expansão de má qualidade de boa parte das instituições privadas (em especial aquelas empresas educacionais com fins estritamente lucrativos, contando até mesmo com ações em bolsas de valores) e a não expansão do público, o vestibular se transfornou numa barreira para pinçar alguns poucos candidatos para as poucas vagas.
É inadequado como processo seletivo? É. Contudo colocar o vestibular como a "Geni", criando uma cortina de fumaça sobre cumulativa falta de prioridade dada à educação em nosso país, só serve para desviar o problema de suas origens, e jogar mais uma vez a população contra a universidade e "seu" vestibular, passando o governo por bonzinho e democrático... Tal qual o discurso utilizado para as canetadas que criaram o PROUNI, via Medida Provisória, (quando a Previdência estava justamente cassando os certificados de filantropia de muitas instituições lucraticas, mas ditas “filantrópicas”, que gozavam de renúncia fiscal, mas não cumpriam com o percentual de vagas que deveriam oferecer) e depois o REUNI, via decreto, que começou com a univerisade "nova", "flexível", com mobilidade, cursos mais ágeis e voltados para o mercado, com aulas on-line, aproveitamento de creditos, formação "geral" e "itinerários formativos", em contraposição à velha, com cursos longos, formando profissionais; com mestrados e doutorados acadêmicos, e que ainda luta para poder fazer pesquisa, sem acabar por subsumir aos intereses diretos dos finaciamentos e convênios que cada vez mais são empurradas e que acabam definindo a agenda da pesquisa, controlando os resultados, definindo o uso/acesso do espaço, etc.
Vale destacar que a lógica da nova universidade é do conhecimento descartável, de competências, de bites de conhecimento, bem distante de formação profissional de quatro anos e mais ainda de pesquisa, quando muito solução rápida de problemas imediatos, mas não questionamento.
A proposta do ministro não resolve a falta de vagas e a tal "mobilidade" acabará por limitar ainda mais a possibilidade de acesso dos alunos de escolas públicas mais precárias. Aqueles que ainda conseguem entrar na universidade pública de seus estados, poderão perder as vagas para alunos advindos de outros estados, em especial do sudeste, que vem obtendo as melhores notas no ENEM, mas que se não o suficientes para entrar nessa região, onde a disputa pela vaga é mais acirrada e a nota para aprovação maior, poderão ocupar as vagas em outros estados.
Para possibilitar o acesso é preciso melhorar de fato a educação básica, o que implica em pagar salários decentes para os professores, dar condições para qualificação- isto é, afastamento e tempo de dedicação a um curso, por um determinado período e não treinamento em serviço sem tempo para devida formação; reformas e construções de prédios e instalações, equipamentos, transporte, bibliotecas, etc. Mas nunca há dinheiro no volume necessário; só discurso e em especial em época pré-eleitoral.
Vale lembrar que muitos estados, em especial o mais rico do país, São Paulo, vem se opondo ao pagamento de um piso de 900 reais mensais aos professores, enquanto isso no Congresso a farra corre solta, há verba para usineiros, para banqueiros, etc. Mas com a crise econômica, bem como com os escândalos, vimos surgir muito dinheiro, no Brasil e no mundo todo. Além de melhorar a educação básica (ensino fundamental e médio) é preciso ampliar as vagas nas universidades, mas com cursos de fato com caráter universitário, não como das novas "universidades" criadas, como a do ABC, que tem o nome de universidade, mas que não oferece atividade que assim possa ser denominada; só tem ensino em cursos rápidos e sem pesquisa.
Precisamos sim repensar o ingresso na universidade, mas não só o ingresso. Mas as vagas, o financiamento, a autonomia, a intensificação e precarização do trabalho docente, a falta de reajuste condizente dos salários, as instalações, a segurança dos prédios e das pessoas, as terceirizações, etc.
O que se propõe hoje implica em primeiro retirar das universidades e cursos a possibilidade de avaliar os alunos que vão receber; segundo de, seguindo diretrizes do acordo de Bolonha e outros que querem transformar a educação em uma mercadoria mais padronizada e mais vendável, os conhecimentos vão ser traduzidos em "competências", que são bites de conhecimentos e é isso que vai passar a ser avaliado. Agora, pelo INEP, e quiçá este, que já tem convênio com a OCDE no que tange a "formação de professores eficazes" e aplicação de testes padronizados internacionais como TIMSS e outros, poderá passar tudo, daqui a algum tempo, para uma empresa privada de teste.
O objetivo desses testes padronizados, chamados de avaliação, é ter uma testagem mundial e assim dinamizar o mercado de vendas de serviços educacionais. Para isso é preciso derrubar e acabar com as avaliações feitas isoladamente nas IFES e toda a resistência. E, para tanto, usam a contraposição do discurso do arcaico com o moderno; da suposta democracia, inclusão, mobilidade, etc. Mas é só discurso, pois na realidade todos os projetos, inclusive PROUNI e REUNI, são marcados por formas de inclusão excludente. Assegura-se a entrada, mas em cursos com pior qualidade ou com piores condições para atendimento, com pressões para aligeiramento do currículo, demanda para atendar mais alunos por sala de aula, mais alunos para orientar, menos tempo para pesquisa, orientação, debates, bem como para refletir, questionar e criar novo conhecimento.
Os cursos profissionais, nessa ótica, também devem se tornar mais prático-utilitários, encontrar soluções, resolver problemas, mas para criar e pensar problemas; em questionar e por isso sem perder muito tempo com discussões sobre políticas públicas, financiamento, etc.
Os cursinhos pré-vestibulares já estão se adaptando para se transformar em cursinhos pré-ENEM ou seja lá qual for o nome da prova única nacional. Aliás, a referência ao SAT estadunidense, que lá há muitos anos é realizado por uma empresa privada ( e que é uma a indicação dentro das propostas de reforma universitária de vários organismos internacionais, desde a década de 1990, que desejam uma internacionalização da mercadoria educação) não tornou menos seletivo o ingresso nas universidade de lá.
Os mais pobres acabam indo para os faculdades vocacionais ou community colleges, pois durante o ensino básico existem diferentes "tracks", ou percursos/ itinerários e, os mais pobres acabam ficando no track normal, concluerm o ensino médio e raramente conseguem sair bem no SAT. Além disso, há também muitos livros preparatórios ( ou sem eufemismos, para treinar, adestrar) para o SAT, com estantes inteiras em qualquer biblioteca pública dos EUA....
A mobilidade estudantil nos EUA depende de recursos das famílias, como aqui também dependerá, mas além disso é um traço cultural: os formandos do ensino médio geralmente se candidatam para universidades localizadas no extremo oposto de onde moram suas famílias. Se moram no sul, vão para o norte do país; se moram na costa lesta, vão para a oeste. É uma forma de afirmação de independência; de vida nas "fraternities" e "sororities", de poder começar a beber, só permitido após os 21 anos, longe dos pais. Ou seja, é um contexto diferente do nosso e não dá para transpor modelos. Além disso, o SAT é também uma máquina de fazer dinheiro, se não me engano para a ETS, empresa privada, especializada em testes (faz também o GRE para ingresso na pós-graduação... daqui a pouco vai ter gente defendendo a aplicação do GRE ou algo similar aqui...).
A pressa na propositura e o açodamento por uma decisão sobre adesão em um curto prazo não tem qualquer cabimento. É preciso discutir o ENEM, como se constitui, o que ( e se) avalia ou não, que tipo de conhecimentos cada curso da universidade considera necessário para seus ingressantes, etc. Ante o número de vagas que se dispõe, qual deve ser processo seletivo? As instituições privadas, que tem vagas sobrando e querem mais alunos, já há muito tempo abondonaram o "vestibular" e adotaram o ENEM, algumas aceitando com qualquer resultado; outras, com maior procura exigem uma pontuação maior; outras criaram a seleção via uma redação; sendo que outras já emitem um boleto bancário e o ingresso fica assegurado...
Vale lembrar que universidades públicas, por pressão das privadas, acabaram criando a Fundação Cesgranrio e um vestibular unificado, onde as públicas eram o chamariz para as instuições privadas, e geraram muito dinheiro para referida fundação e alunos para as instituições privadas. Os alunos que não passavam nas públicas podiam entrar em segundo ou terceira opção nas privadas. Depois de muita discussão, as públicas sairam do unificado da Cesgranrio (apesar de terem assento lá) , com provas estritamente objetvas, ou como se diz de marcar "x" e de pura decoreba. Penso que houve um pequeno avanço na saída do unificado e na elaboração das provas, se compradas com à época do Cesgranrio e dos primeiros isolados, em especial com a introdução das provas discursivas e redação. Mas, de forma alguma acho que o vestibular atual seja um bom instrumento avaliativo.
Como mencionei antes, é preciso que se pense quais são os conhecimentos considerados como básicos para o ingresso nos cursos. Não serão mais conhecimentos? Serão competências? O que significa mudar de conhecimentos para competências? Qual é a função da educação básica, em especial o ensino médio, na formação de cidadãos? Sem se pensar essas questões, que não são simples, não é possível mudar nada com consistência. E tal debate certamente exige mais tempo; não pode ser feito em menos de um mês...
Ultimamente as propostas já vem prontas, via medidas provisórias, decretos e pressões para aceite de “acordos” , tudo para ser aprovado de forma rápida e sem qualquer debate. Na verdade o governo quer que as universidades acatem as propostas. Agora são quatro opções, todas significando aderir, podendo ser rapidamente ou com mais tempo, mas aderir. Nesse sentido, a democracia passa longe.... Qualquer questionamento é geralmente apontado como atraso, jurássico, entulho autoritário, etc. Aliás, essa última expressão parece ter voltado à moda para se referir à universidade, em especial pelo reitor da UFBA, com seu projeto de "universidade nova”, “nova arquitetura para as universidades” , que na verdade propõe uma escolão de formação geral para a maioria, no qual a seleção hoje feita pelo vestibular vai sendo jogada para frente; isto é, na parte profissional que seria restrita a uns poucos, como já ocorre na "Universidade" do ABC... É esse o modelo novo, que de fato é mais excludente, mas que é apresentado sob a aparência de mais "democrático" e includente.
A universidade não será democratizada de fato, se não se melhorar o ensino fundamental e médio e as condições de vida, emprego, remuneração, saúde, transporte, segurança, etc da população. Há uma grande exclusão na base; boa parte dos alunos que entra no ensino fundamental, não conclui a educação básica Atualmente, segundo dados dos censos de educação superior e da educação básica de 2007, o número de vagas oferecidas para ingresso no ensino superior (presenciais: 2.893.942 vagas; tecnológica: 394.120; a distância: 1.541.070, totalizando 4.829.132 vagas) ultrapassa o número de matriculados no último ano do ensino médio ( 3 e 4 anos, totalizando 2.441.833 alunos).
Mas as formas, em curso, para a ampliação do acesso ao ensino “superior” seguem a lógica da expansão com baixos custos, já que o orçamento público para educação vem caindo, seja em relação aos demais gastos sociais, seja em relação aos outros gastos públicos, em especial ao pagamento de juros e amortizações da dívida interna e externa. (para maiores detalhes ver texto para discussão m. 1324 do IPEA, de 2008, intitulado “Gasto social e política macroeconômica: trajetórias e tensões no período 1995-2005”.
Enfim, com essa proposta de “fim do vestibular e novo ENEM” o governo mais uma vez aproveita para se livrar de erros pretéritos e correções que poderia ter feito para de fato priorizar a educação (por exemplo, poderia ter acabado com a DRU – Desvinculação das Receitas da União, que vem retirando cerca de R$ 6 bilhões anuais do orçamento da educação, retirada do veto no artigo do Plano Nacional de Educação que previa a aplicação de 7% do PIB para a educação), e joga toda a culpa na universidade e no "vestibular". Como se a simples mudança fôsse resolver tudo: todos irão entrar nas universidades independente de ter que aumentar muito as vagas, os professores, as intalações, etc Todos vão ficar contentes, vão ter "moblidade", vão poder ir para outros Estados .
Enfim, é jogado para a mídia que tudo que atrapalha é o vestibular e a universidade, apontada como velha, arcaica, elitista, etc.... Relembrando o saudoso Noel Rosa., a proposta visa desviar do “X” do problema”, cabendo perguntar “Onde está a honestidade?”.
*Angela Siqueira é Professora da Faculdade de Educação da UFF







Nenhum comentário:

Postar um comentário